domingo, 27 de junho de 2010

O caso da estrela cadente.

Hoje eu tava me lembrando de Kuna Yala, uma ilha incrível no Panamá, de uma paz indescritível...
Esse dia eu tava na praia trocando idéia com um cara de Israel que tava me contando dos Planctons que se acendiam no mar toda noite e ficavam lá, piscando, tipo uns vaga - lumes...
Eu fiquei imaginando como que devia ser lindo de ver isso e ai assim que escureceu eu peguei a canga e me sentei pertinho da água e fiquei lá, vendo aquelas luzinhas se acenderem, cada hora em um ponto diferente na água... até me lembrei de uma aula de biologia que a professora explicava o fenômeno das algas que brilhavam a noite, e eu pensei que aquilo que devia ser o tal do "fenômeno da biolumiscência" que ela vivia falando...
Depois deitei e fiquei lá olhando pro céu, que estava maravilhoso, com uma lua amarela gigante que iluminava a ilha, fiquei ouvindo o barulho do mar, sentindo o vento que soprava fraquinho, só sentindo a paz daquele lugar... sem pensar em nada...
E de repente, eu vi uma luz diferente daquelas luzinhas que se acendiam no mar... Era algo que eu só tinha visto antes em filmes de natal, ou em algum lugar distante nos meus pensamentos...
Eu vi uma estrela cadente rasgar o céu, fazendo um rastro de astro rápido e enchendo os meus olhos de  emoção de ver algo pela primeira vez, pensei logo na hipótese de fazer um pedido...
Eu só vi que ela surgiu assim do nada, passando pelo céu que estava clareado pela lua, sem maiores atrativos, brilhando e mostrando a sua beleza para quem quisesse ver...
E de repente eu me peguei pensando que talvez ela estivesse triste, se sentisse  velha demais com os seus milhares de anos luz e se jogou no espaço, entediada por ficar tanto tempo enfeitando o céu e iluminando os olhos dos que daqui buscam por respostas ou inspiração..
Ou então foi ela uma estrela nova, aventureira, que queria apenas viajar pelo espaço, animando e colorindo a noite, que mesmo estando perfeita pra mim, pudesse também estar se sentindo velha e cansada...
De qualquer forma ela rabiscou o céu e meus olhos míopes tiveram a velha impressão de não estar enxergando bem. E ali, naquela fração de segundos entre o aparecer e o sumir deixou a sua marca linda no espaço...
Que sorte estar ali agora e ter enxergado!!!
Quebrou-se o ritmo do tempo, do barulho de mar e da respiração. O prateado largado no céu continuou na retina, mas esse foi muito além da luz.
E se deu a hora de mentalizar e energizar o melhor – que acredito seja o que todos façam – para si e para os outros...
E fiz meu pedido pensando só em felicidade. Buscando a em minha maneira: através do amor, paz ou saúde. Esses dois últimos, penso eu, a chave para qualquer coisa.
Mas pensei também em agradecer pela minha existência, por estar ali naquele momento, refletindo sobre tudo isso... Pensem em todo tipo de estrela, nas que habitam os espaço, nas que habitam os oceanos e nas mais importantes, nas que habitam cada um de nós...
E acho que mesmo quando tudo parece não estar como gostaríamos, agradecer pelo que a vida já nos deu é o primeiro passo pra gente querer o "algo a mais" que acreditamos muitas vezes faltar... 
Entender o momento e a forma que a vida vai se desenrolando faz parte da construção do futuro desejado.
Não sei se aquela pequena estrela teria se destacado numa noite com tantos dos outros astros que compõem o céu. Mas naquele momento,ela pulou, apareceu, brilhou, cintilou, trilhou o universo, se foi, e desencadeou uma série de sentimentos em mim só por ter a enxergado...
E eu não vou negar que na verdade, depois que eu a vi passar, eu fiz um pedido, é claro. Mas se possível, o trocaria para agradecer o simples fato de, numa noite linda como aquela, tê-la visto rabiscar o céu mais bonito que eu já vi em toda a minha vida...

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