Silêncio, o meu silêncio, o seu, e o mundo lá fora gira na maior barulheira.
Seguir sem querer virar a página, vontade sem limite de insistir.
Querer o que sempre pensei que não ia mais querer, lamentar que a vontade nem era de verdade.
Te querer quase sem querer, sem pensar, sem razão.
Parar de atormentar a minha memória com culpas, procurando um indício que me indique um erro, o meu erro, o seu, o nosso.
Parar de sentir raiva mesmo sem sentir.
Parar de confundir o real com o possível, o amor com a amizade.
Parar de tentar entender o que foi e o que não foi, de culpar o tempo, a distância e o medo.
Eu só quis evitar o nosso fracasso, inventar pretexto pra te ver, pensar em você de manhã, de tarde, de noite, e também de madrugada e de procurar o seu corpo em outros abraços, em outros braços, em outras palavras.
Prometo tentar não mais relacionar tudo à sua presença.
Eu só quero agora desacreditar, aceitar que tudo se foi, impedir que a gente seja como os outros, que a gente seja como todo mundo, que a gente seja comum, e que a gente também seja possível de acabar.