quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Liguem o foda-se!

Nesse momento de insônia, me peguei pensando na imensidão do espaço e no universo. Eu sei que plutão foi rebaixado da categoria dos planetas e tal, mas de todo jeito só no sistema solar ainda sobram oito...
Pensei também na terra com esses bilhões de habitantes distribuídos em cinco continentes...
E em tudo que teve que acontecer para que os meus pais se conhecessem, e os pais dos meus pais, e assim por diante... e em quantos espermatozóides/óvulos eles produziram durante a vida inteira...
Até que então em um determinado dia, no meio de tantos concorrentes, eu  ganhei a corrida e virei um embrião!
E ai eu já conclui que das duas uma: ou eu sou muito especial ou muito aleatória.
E eu prefiro ficar com a primeira opção. Complexo de princesinha do papai talvez... 
Mas, de uns tempos pra cá, tenho pensado muito nessa segunda opção.
Porque pra começar, se todo mundo for especial, ninguém realmente é.
Contradição em termos.
Além disso, tantos "ses" e "poréns" tiveram que acontecer, e continuam acontecendo para que eu existisse....
Ou seja, eu, vc e todo mundo do mundo, somos fruto do mais puro acaso!
Tem gente que acredita que isso se chama destino, tem gente que diz que são os planos de Deus...
Isso é uma questão de fé, e nem quero entrar nesse mérito...
Então, não sei vocês, mas eu particularmente me sinto tão especial quando penso que toda a minha existência é baseada em uma série de acasos...
E eu vejo isso como um chute na bunda da pressão que é essa vida, sério msm!
Mas acho que apesar de tudo isso, de sermos só mais um ser humano aleatório no meio da galera, acho que mesmo assim a gente tem uma missão a cumprir, e essa missão não precisa de nenhum planejamento complexo...
Talvez essa missão faça parte de algo que também penso ser bem aleátório, o destino... 
E msm sabendo disso, não acho que preciso deixar um legado e nem entrar pra história...
Então, tendo tudo isso como um pressuposto e a morte como uma certeza, o que me resta?
Ser feliz!!!
A conclusão é o maior dos clichês, eu sei!
Mas pra que perder meu tempo fazendo coisas que não me fazem bem, só pra atender a vontade dos outros, se vamos todos ter o mesmo lugar...
Enquanto você paga de mártir ou faz grandes sacríficios em prol de uma coisa qualquer, tem uma guerra acontecendo, uma criança nascendo, um governo caindo...
O mundo é realmente GIGANTE e, desculpa aê gente, mas, em termos globais, nós somos insignificantes...
Na verdade, se comparado ao Universo até a ONU ou a Ladi Gaga é irrelevante...
Somos especiais não por que nascemos, mas por que MERECEMOS.
Somos especiais só pra quem nos ama. E, da última vez que eu pensei nisso, entendi que isso significa querer a felicidade do ser amado.
Então a dica é:
Não percam tempo se torturando para não fazer o que a sociedade horroriza ou fazer tudo o que momentaneamente se diz bom. 
Pq a gente passa...
Trocando em miúdos:
Liguem o Foda-se e Sejam Felizes!

sábado, 23 de outubro de 2010

A música que embala o fim é só o começo.

Gosto de ouvir a música enquanto os créditos do filme passam. Quando todo mundo já foi embora do cinema, quando aparentemente não tem mais nada para ver...
A música do fim de filme acompanha uma solidão só minha. Geralmente bonita, a música, nunca a solidão, prolonga em mim a sensação do que acabei de ver, penetrando em mim amores que não tive, mortes que não chorei, chuvas que não tomei, ressentimentos que não vivi.
E é nesse momento que eu mais me emociono. Quando não há mais ninguém no cinema para assistir, quando não há mais a esperar, quando o escuro ainda permite que eu reflita e acabe chorando uma tristeza que não é minha, despedindo do que não me pertence, sentindo o vento de lugares onde eu nunca fui.
Quando para todo mundo o filme acabou, como quem deixa a sala de aula após o sinal, sou do contra:
Eu permaneço, fico na sala do cinema até o último minuto.
E me permito pensar, sem iludir meus olhos ou ter o coração tomado por uma beleza de cinema.
Porque, pra mim, a música que embala o fim é só o começo.

Dá menos trabalho imaginar a mudança alheia do que promover a própria.

Acho que os romances provocam uma liberdade estranha na gente...
E em algum momento da vida, todo mundo acaba experimentando um romance.
Como num click, agora tudo fez sentido pra mim... e agora percebi q é bem mais fácil amar mal.
Porque amar mal exige menos da gente, exige pouco comprometimento e nenhuma verdade.
A gente acaba ficando solta numa nuvem de confusão e acha a neblina algo comum...
É mais instigante amar um cafajeste.
Mais emocionante trair.
Mais masoquista saber que foi traído e continuar com quem foi infiel, alimentando aquela esperança besta de que o outro muda.
Até pq dá menos trabalho imaginar a mudança alheia do que promover a própria.
Um romance assim torna confortável a anulação. É cômodo ignorar a si mesmo em vez de ignorar o outro para sempre, mandá-lo passear. Ao contrário, aqueles que curtem um relacionamento assim têm o dom da contemplação: assistem a tudo de olhos bem abertos como se estivessem fechados, porque sabem que a dor de ver é maior que a de apenas desconfiar. E, para que fique tudo assim, imutável e quieto, o pensamento cala a intuição.
Mentem para si mesmos.
É, as pessoas amam mal.
Empurram com a barriga, no modo automático, numa espécie de eterno stand by, na tentativa de congelar a situação e não deixar ficar ainda pior. Aos poucos, contentam-se cada vez com menos. Não se esforçam nem se respeitam. Fingem. Dissimulam. Mentem. E não sentem remorso.
É. Não sentem.

domingo, 17 de outubro de 2010

Acho que no final das contas eu não acho coisa alguma...

Eu acho que as pessoas se desesperam, na maioria das vezes, à toa.
E também acho que as pessoas confundem as coisas.
E também acho que a gente vive emitindo opinião, confiante de estar com a razão, e se esquece que cada um tem o seu ponto de vista.
Acho que a gente confunde liberdade com libertinagem.
E acho que a vida seria mais fácil se cada um cuidasse do seu.
Sempre achei que todo mundo lutasse até o final.
Agora começo a achar que muita gente desiste antes mesmo de ter começado.
Acho que a gente perde muito tempo tentando descobrir quem é.
E acho que o tempo poderia ser investido no que conseguimos ser.
Acho que tem gente que simplesmente não gosta da gente.
Como também acho que a gente cativa verdadeiramente algumas pessoas durante uma vida toda.
Acho que não gostar de criança demonstra o quanto uma pessoa não acredita mais na inocência.
Assim como acho que tratar um cachorro como um filho é um puta exagero.
Acho que a gente tem a mania horrorosa de reclamar quando chove.
E acho também que a gente morre de calor se a chuva não cai.
Acho que a gente se acostuma a reclamar de coisas pequenas.
E acho que as coisas que realmente merecem uma reclamação a gente nem dá atenção.
Acho que se eu for ficar aqui elencando as coisas que eu acho, provavelmente não vou terminar hoje.
Assim como acho que no final das contas eu não acho coisa alguma...

Tudo isso faz parte do que não sou.

Sinto saudade do que não fui.
Da pessoa que poderia ter sido e por preguiça ou por pura falta de sensibilidade, não fui.
Sinto saudade dos abraços que não dei, das palavras de carinho que não falei e de todas as vontades que eu não matei.
Hoje, enquanto almoçava, pensei no que não experimentei, nas comidas exóticas que não provei.
Ando às voltas com tudo o que não faz parte de mim agora.
Sinto saudade dos sonhos que não foram meus, dos passos que foram trocados pelos que dei, e até dos lugares que não fui, nada disso me compõe.
Saudade dos amores que eu não quis viver, dos sexos que não fiz e dos beijos que não dei.
Tudo isso faz parte do que não sou.
Não me arrependo das escolhas que fiz, mas sinto falta daquelas que eu não fiz.
As perdas que não foram minhas, nada disso sou eu.
Os emails que não escrevi e os que eu não recebi, nenhum deles traçou uma linha sequer do livro da minha vida.
Saudade dos amigos que não fiz, das férias que eu não tirei e das ondas que eu não pulei, tudo faz parte de um rascunho forjado de mim.
Olhando pela janela do meu mundo enxergo todas as minhas não escolhas.
Elas estão do lado de fora da vida, e mesmo que não façam parte do que sou, ajudaram na construção do que me tornei.
Acho que tudo que existe só existe porque algo escolheu não existir.
E o que hoje não sou deve-se ao fato de que algo em mim escolheu não ser.
Porque algo em mim escolheu não ser.


CORAGEM!

Desde que comecei a fazer análise  tenho me sentido uma verdadeira pateta.
Rá! Quem me conhece sabe o quanto bati no peito, em toda a minha vida, o quão livre fui e sou (sou?), pois sempre procurei escolher o que melhor me conviesse. E o mais engraçado: sempre achei que tudo o que escolhia era de forma consciente, ou não, sei lá....
Continuo acreditando na liberdade de escolha e não vou discorrer sobre elas. Ou melhor, não vou discorrer sobre o ato de escolher. Uma mente que seja minimamente livre sabe que pode e deve fazer escolhas.
Hoje, penso o seguinte: mais importante e mais libertador do que ter a capacidade de simplesmente escolher, é poder viver dessas escolhas.
É claro que nada é imutável, e tudo o que foi escolhido hoje pode ser desescolhido amanhã. Mas a questão principal é: eu vivo feliz nas minhas escolhas?
Tcharaaam!
E a partir dessa minha nova visão, comecei a pensar a respeito da qualidade das minhas escolhas e do quanto elas me libertam, ou me aprisionam.
Portanto, de uns dias para cá, trago comigo o seguinte:
escolher é para todos,
viver bem com as escolhas é para uma minoria,
mas escolher conscientemente algo, alguém ou alguma situação que nos tornará livre, e não mais escravos vivendo em função dessa escolha,  é para quem tem uma coisa:
CORAGEM!

E agora eu te pergunto: Coragem: qual é a sua?

Deixe tudo acontecer com naturalidade, do resto o universo se encarrega.

Não sei quanto a vocês mas, para mim, um final de semana que valeu a pena é quando chego no domingo a noite com um cansaço bom como esse que eu tô sentindo agora. A voz rouca, aquela sensação de areia nos olhos, o corpo relaxado e a risada dos amigos ainda ecoando no fundo dos ouvidos e da alma. Nesses dias, respiro aliviada por saber que finais de semana assim podem acontecer sempre, basta que eu escolha que assim sejam.
Planos para um futuro próximo, para o próximo fim de semana, para a viagem para a África do Sul e, sempre, planos para implementar o simples em minha vida é o que tornam meus dias muito curtos. Às vezes tenho a impressão de que se tivessem 36 horas, ainda assim não conseguiria pensar, planejar e executar tudo o que tenho me proposto.
Isso é bom. É muito bom.
E é essa a sensação do final de semana: de leveza e liberdade de alma. Sei que esse post está meio estranho e meio desconexo, mas eu tô com mto sono, mas ao msm tempo queria dividir minhas sensações e deixar a seguinte mensagem: algumas situações ruins e desagradáveis acontecem pra nos mostrar que outras boas podem acontecer, basta que a gente deixe tudo fluir com naturalidade.
Então eu vou deixar a dica: deixe tudo acontecer com naturalidade, que do resto o universo se encarrega.  

Apenas não se atrase.

Na correria do dia te espero.
E quando tudo tá no automático, o sol nasce e se põe, ou quando a lua surge, algumas vezes cheia, outras minguante, te espero tbm.
A minha espera é a minha religião.
Quando imagino um momento feliz, um pouco de paz e um amor quente, te espero.
Quando sento na areia da praia e imagino passar bons momentos com você, e então leio um livro que me conta sobre as coisas bonitas do mundo, te espero.
Respiro aliviada a certeza da espera, e a sensação boa de ter alguém para esperar.
E enquanto observo o sol quente que se põe e ouço as risadas de crianças que fazem a trilha sonora perfeita para as folhas que caem, te espero também.
Posso te esperar  por mto tempo, e fazer poesia dessa espera.
Uma vida de espera não é exatamente o que sonham os sensatos, eles querem uma vida de realizações, filhos bonitos, e carro do ano.
Não, não sou sensata.
Prefiro me apegar a essa mania romântica e boba sem planos de casamento feliz, mas com o propósito de fazer duas vidas felizes.
Essa é a minha espera.
E nos momentos de descuido eu consigo sentir o seu abraço. Mesmo sem conhecer seu rosto, mas abraço não tem rosto mesmo...
E eu ainda tenho toda a minha vida. Apenas não se atrase.

"Pensar é um ato, sentir é um fato", já dizia Clarice.

Infelizmente é na indiferença que o ser humano se ajeita. Porque amor e ódio estão ali, lado a lado.
Não há como dizer que odiamos, sem antes amar.
E quem é que explica a natureza humana?
Amar o diferente, ou o igual. Amar aquilo que te resgata, que te faz encarar o espelho e ter repulsa, ou vontade de amar mais e mais. Amar o sentimento amor. Amar o estado apaixonado. Amar, simplesmente amar.
Ou então odiar o diferente, ou o igual. Odiar aquilo que te resgata, que te faz encarar o espelho e ter repulsa, ou vontade de odiar mais e mais. Odiar o sentimento amor. Amar o sentimento ódio. Odiar o estado apaixonado Odiar, simplesmente odiar.
Então, acho que o sentimento é o mesmo, e o que muda é a forma de aplicá-lo, temos várias possibilidades de atuação. Pode ser cínico, falso, amável, agradável, interesseiro... ou indiferente.
E tenho pra mim que indiferença é a cama quente dos que se sentiram otários em determinadas situações.
É na cama da indiferença que essas almas descansam e sonham com dias melhores, ou piores, não importa, sonham com dias diferentes dos já vividos.
É por isso que para os indiferentes, mais difícil que passar borracha no coração e esquecer o que parecia estar dentro da alma de cada um, mais difícil do que apertar a tecla "delete" no teclado do pc, excluir um e-mail da caixa de entrada, mais difícil do que apagar o número da agenda do celular, e mais difícil que tudo isso é conseguir identificar até onde um sentimento pode e deve ir, e até onde esse mesmo sentimento pode tomar conta dos seus dias, seus pensamentos, etc.
Nesse ponto compactuo com Clarice: pensar é um ato, sentir é um fato.
Mas hoje acho que sou uma pessoa indiferente, já que anteontem fui uma pessoa apaixonada, e ontem fui uma pessoa com muito ódio.
E se hoje sou indiferente, faço dessa indiferença minha arte!
Portanto, não me deseje feliz aniversário.
Porque eu não quero o seu desejo de feliz aniversário, não quero o seu desejo de nada.
Quero apenas que você seja a pessoa mais feliz do mundo. Apenas isso.
Assim como eu quero que o mendigo da esquina de casa encontre um lugar pra morar, uma cama gostosa e tenha algo pra comer todos os dias...
É na indiferença que o ser humano se ajeita, mas é na arte que o ser humano se salva.


"Nada, no filme, simboliza qualquer coisa..." dali Buñel

Nunca me interessei muito pelo cinema... Sempre preferi ler histórias e criar um filme na minha mente a ter que ver um filme criado por uma outra mente...
Meio louco tudo isso...
Mas hj vi um filme bem interessante, é "Um Cão Andaluz", um filme totalmente bem sucedido na representação do manifesto surrealista no cinema, que dá uma referência bacana pra quem se interesse por arte.
Pelo que eu entendi, a idéia do filme consistia em partir de um princípio onírico. E ai foi feito um roteiro da mesma matéria abstrata da qual são feitos os sonhos onde qualquer ligação racional entre atos era imediatamente descartada. Senti repulsa e atração misturadas... algo difícil de explicar com palavras...
Mas de fato é muito louca essa relação do cinema com os sonhos. Pq agente acaba assumindo papéis que a gente jamais assumiria na realidade.
Essa idéia de filmar o que não sabemos sobre nós mesmos nos surpreende muito.
Talvez nosso inconsciente faça o papel do fotógrafo e nós, protagonistas, participamos da ação em primeira ou terceira pessoa.
Enfim, é uma obra apreciável que nos toca de forma diferente a cada vez que assistimos. Como exemplo, é absolutamente pessoal a “descrição audiovisual” cena em que um homem corta, com uma navalha, o olho de uma mulher. Lembramos de forma diferente pois a nossa memória inventa de forma diferente, assim como também nunca é igual a forma de recorrermos a ela.
Muito louco.

“Nada, no filme, simboliza qualquer coisa. O único método de investigação dos símbolos seria, talvez, a psicanálise” Luís Buñuel

sábado, 16 de outubro de 2010

O fim da picada.

Essa eleição, ou esse circo para quem achar mais conveniente a denominação, é uma afronta aos direitos mínimos de qualquer cidadão.
Sério mesmo gente, olha isso:
Em uma ponta encontra-se a candidata do governo, Dilma, que no passado comeu o pão que o diabo amassou, mas que agora, entre outras barbaridades eleitorais, comprometeu-se a escrever uma carta aberta ao povo de Deus onde vai assumir o compromisso de não legislar sobre matérias como a descriminalização do aborto e a união homossexuais.
 Na outra ponta está o banana do Serra, que provavelmente é ateu (assim como a santinha da Dilma), mas em prol de ganhar a eleição se abstém de falar sobre qualquer um dos assuntos. Patético, covarde e filho da puta. Pronto falei.
E nós, os idiotas brasileiros, cidadãos dignos que levam suas vidas da melhor maneira possível, ficamos no meio dessa palhaçada que chamam de democracia brasileira.
Eu fico puta, sério mesmo.
Para completar o espetáculo circense, esses desgraçados,  para mim são desgraçados, no sentido de não terem graça nenhuma – com essa crença medíocre, estão nos levando a uma involução sem tamanho. Enquanto países desenvolvidos, cujo povo tem o costume de ler livros que realmente ensinam alguma coisa estão cada vez mais próximos de uma verdadeira igualdade de direitos, nós, o tupiniquins eternamente colonos (e burros), ficamos aqui, à mercê da vontade destes crentes cretinos, mal amados e carentes.
Enquanto formos massa de manobra, enquanto nossa população não tiver o mínimo de educação e cultura, enfim, enquanto continuarmos com esse pensamento retrógrado, paternalista, machista, provinciano e extremamente conservador, seremos essa merda de país que se exalta por ter riqueza natural, mas que perde, e feio, em riqueza de espírito.

Vou deixar os questionamentos pra quando eu tiver tempo.

Explicar situações sempre foi o meu forte, e apesar de uns exageros à parte, eu aprendi a ler as entrelinhas e acho que os outros também deveriam fazer o mesmo.
Porque as vezes nem tudo precisa ser dito, explicado, detalhado...
É como um sentimento, não precisa ser exibido e espalhado pelo vento...
Acho que a melhor medida de um sentimento é aquela que nada diz e tudo sente...
O melhor relacionamento é aquele onde o "eu te amo" paira nos olhos, ou se apresenta de forma leve como um suspiro no travesseiro.
Então, vou deixar os questionamentos pra quando eu tiver tempo.
Pq agora o que eu mais quero é aproveitar a vida, que a cada dia me apresenta um novo encanto!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Enquanto isso a roda gigante gira...

Eu sei que a vida não se resume a festivais.
E que o Brasil caminha para frente a passos largos, e essa é uma constatação que até eu que sou mais boba já fiz.
No Brasil de 2010, um festival de rock que tenta ser um Woodstock e o faz sob os discursos da sustentabilidade(não do planeta, mas do Sr. Maeda, o milionário proprietário da fazenda que abrigou o evento).
Mas enfim, o SWU trouxe em sua embalagem um mundo de materiais recicláveis, banhos de sete minutos... bem, é um imaginário realmente utópico e fascinante, e não há de causar nenhum mal a uma juventude em que não há nunhum cara pintada nessa “demo”cracia nojenta que a gente vive...
Mas estou aqui pra falar da minha experiência pessoal de SWU. Estive lá, e na minha mente confrontei o SWU com o Woodstock que nunca conheci, e, também, com o filme "Aconteceu em Woodstock", do cineasta Ang Lee, que me fez quase morrer de nostalgia pelo que não vivi. E, tenho de confessar, na maior parte do tempo me senti mais longe do que nunca do Woodstock.
De volta ao começo: O Brasil avança em passos firmes rumo ao futuro, mas por isso mesmo é preciso estar atento. É preciso reconhecer os progressos e reconhecer também os retrocessos que procuram puxar os pés dos progressos da superfície para os subterrâneos. É preciso tentar (pelo menos tentar) separar o que é novo do que é slogan, marketing, disfarce, fundamentalismo....
Hoje lí um artigo em que a autora de forma brilhante chamava a atenção da forma com que o SWU mostrou as contradições de quem vê sustentabilidade como oportunidade de marketing.
E achei engraçado que à beira da decisão do 2º turno das eleições, pouco ou nada se falou sobre política, não vi camisetas nem de Dilma, nem de Serra, nem de voto nulo e nem de porra nenhuma. Nem mesmo da verdejante Marina Silva.
E o rock'n'roll, se tomarmos como parâmetro a escalação ideológica do SWU passa longe, mas bem longe do Woodstock...
Foi-se o tempo em que Jimi Hendrix, se despedia do rock e da vida lambendo as guitarras do Woodstock.
O "ecopopcapitalismo" autosustentável ensaia um novo discurso, mas no backstage (e até mesmo sob os holofotes) flerta, namora e transa com o velho status quo de sempre - aquele que clama que bolsa família é esmola assistencialista, que cotas universitárias para negros são racismo ao contrário, que a mulher presidenciável é a reencarnação abortiva do demônio...
É interessante olhar que entre as estrelas do SWU, houve cotas mínimas para negros (BNegão - quem mais?), mulheres (Joss Stone), nordestinos (Mombojó), idosos (Mutantes)...
Existe algo mais selvagemente capitalista que um festival feito por e para quem sempre esteve no comando, nós, a elite? Pq qm esteve lá os 3 dias como eu, desembolsou no mínimo mil reais, ou seja uns dois salários mínimos só pra curtir um rock no feriadão!
O que significa o verde Marina (mulher, negra, nortista, evangélica), diante de tanto hambúrguer, tanta latinha, tanto copo de plástico, tanta "very important people"...
No camping premium, as mulheres tinham uns oito chuveiros, dos quais uns quatro funcionavam. E o mais engraçado era umas patizinhas dando chilique porque os 7 minutos de água caindo não foram suficientes para tirar o shampoo do cabelo...
E enquanto isso a roda gigante girava...
Sob graus maiores ou menores de pragmatismo, é preciso voltar ao ponto de início: pode até parecer que não, mas temos avançado, crescido e amadurecido, sim, a passos fortes. Se você chegou até o último parágrafo deste texto, mesmo depois de se rebelar contra a chatice desse discurso "politicamente correto pronegro/ mulher/ homossexual/nordestino/ sem-teto/sem-terra.
Conclusão, uma nação que se ama e se respeita é a construção de um festival de indivíduos que se (auto)amam, se (auto)respeitam, e se (auto)sustentam começa por nós mesmos.
Ou, como disse o BNegão, você é parecido com aquilo que critica.
Pronto falei!

foto feita por um grande amigo meu, André Leite (vulgo parma).

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Desisto de tentar entender a lógica desse mundo.

Eles querem que você seja perfeita em todos os sentidos.
Que não chore nem se o seu mundo desmoronar.
Que se recomponha sempre imediatamente, sacuda a poeira e dê a volta por cima.
Eles querem que você seja saudável.
Que não fume.
Que não beba.
E que não fale nenhum palavrão, mesmo que vc esteja PUTO.
Eles querem que você seja inteligente.
Que seja o melhor em tudo e esnobe os demais.
Que estude bastante pra "ser o melhor".
Que saiba tudo sobre todos os assuntos e não seja um chato.
Eles querem que você conheça todas as bandinhas do momento, livros, revistas e o caralho a quatro... quem acontece e quem já deixou de acontecer, falando nisso, quem foi que ganhou o último big brother msm?
Eles querem que você seja o mais esperto.
Que pegue a coisa no ar, seja objetivo e que tenha foco.
Que não tenha vida pessoal, porque não dá tempo. E tempo é... vocês sabem...
Que adoeça de tanto trabalhar, porque isso demonstra compromisso.
Que suba na carreira como se não houvesse amanhã, passando por cima de tudo e de todos.
Eles querem que você ame.
Que espere o princípe encantado montado num cavalo branco.
Que sempre mergulhe de cabeça num relacionamento.
E "esquecem" de dizer que mesmo o mais romântico dos amores requer paciência e compromisso.
Também "esquecem" de dizer como é fácil machucar um coração. E como é difícil consertá-lo.
Eles querem que você seja livre.
Que descubra num comercial de jipe 4x4 o que é liberdade.
Que desfrute da natureza e do ar puro.
E ai te mostram o que é poluição e destruição.
Apresentam as religiões, vícios e sei lá o que mais, pra te prender e te manter sob controle.
Ah! E eles tbm querem que você seja feliz.
Que tome remedinhos pra ficar bem, e sempre calmo.
Que aprenda que o significado de felicidade é um carro do ano, é o glamour.
Enquanto te escondem toda a dor que ainda irão te causar.
Enquanto lentamente te cozinham num caldeirão enlouquecedor de coisas ruins .
Então tá, desisto de tentar entender a lógica desse mundo.