Tudo o que te peço, Tempo, é que me salve dessa entrega absurda de ir até o outro a ponto de me largar de mim.
O que te peço, Tempo, é só o caminho do meio.
É que me ensine a ter paciência para aprender e receber antes de me entregar.
A ver além...
A enxergar lá atrás do morro...
Peço que me devolva a mim...
Peço que eu saiba me reconhecer.
Que eu saiba cuidar somente daquilo que me pertença.
E deixe ir...
E deixe vir...
Natural, inteira e leve...
Que a vida me encontre distraída, sem a ânsia de buscar aquilo que nem sei se quero, o que não vale, e o que não é.
O que te peço, Tempo, é a aceitação do tempo e da vida como ela é.
Sei que ela me espera inteira.
Mostre a ela o caminho até mim.
Enquanto isso, vou esperar em paz até que a verdade me alcance como num abraçaço bem forte.
Tire de mim essa ânsia de ser feliz e inverta a ordem natural das coisas.
Tire de mim essa ânsia de ser feliz e inverta a ordem natural das coisas.
Assopre no ouvido da felicidade a hora de me achar, sem volta.
Que eu apenas contemple.
E que eu consiga resistir à tentação de correr para o que ainda não está pronto pra mim.
Que eu me apronte para a surpresa de um dia qualquer.
Que eu acorde como quem nasce.
Que seja assim...
E que assim seja.
E que assim seja.
2 comentários:
bem interessante ... vc escreve desde quando ?!!?
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