segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Pedido ao Tempo

Tudo o que te peço, Tempo, é que me salve dessa entrega absurda de ir até o outro a ponto de me largar de mim. 
O que te peço, Tempo, é só o caminho do meio. 
É que me ensine a ter paciência para aprender e receber antes de me entregar. 
A ver além... 
A enxergar lá atrás do morro... 
Peço que me devolva a mim... 
Peço que eu saiba me reconhecer.
Que eu saiba cuidar somente daquilo que me pertença. 
E deixe ir... 
E deixe vir... 
Natural, inteira e leve...
Que a vida me encontre distraída, sem a ânsia de buscar aquilo que nem sei se quero, o que não vale, e o que não é. 
O que te peço, Tempo, é a aceitação do tempo e da vida como ela é. 
Sei que ela me espera inteira. 
Mostre a ela o caminho até mim. 
Enquanto isso, vou esperar em paz até que a verdade me alcance como num abraçaço bem forte. 
Tire de mim essa ânsia de ser feliz e inverta a ordem natural das coisas. 
Assopre no ouvido da felicidade a hora de me achar, sem volta. 
Que eu apenas contemple. 
E que eu consiga resistir à tentação de correr para o que ainda não está pronto pra mim. 
Que eu me apronte para a surpresa de um dia qualquer. 
Que eu acorde como quem nasce. 
Que seja assim... 
E que assim seja.

2 comentários:

Anônimo disse...

bem interessante ... vc escreve desde quando ?!!?

luiz disse...
Este comentário foi removido pelo autor.