terça-feira, 31 de agosto de 2010

Conto de fada.

Talvez seria bom se príncipe encantado existisse de verdade...
Não precisava daquela frescura toda de vir montado em um cavalo branco... Mas podia ser como um príncipe deve ser... daqueles que a gente tivesse certeza que era pra sempre...
Um amor infinito, que só aumentasse com o tempo e não ao contrário.
Não precisava ser perfeito, porque coisas perfeitas demais são muito chatas!
Mas podia ser de tal forma que mesmo com as chatisses, as brigas, a rotina e tudo que existe para acabar com tudo, ainda sobrevivesse firme e forte...
Eu só queria a segurança da certeza de existir para sempre...
Só queria não ter medo de falar ou fazer alguma coisa e de repente o amor sumir.
Não queria indiferença e nem que desistisse de mim na primeira curva errada.
E eu também queria ser melhor... Talvez um pouco mais delicada...
Pensando bem, talvez para que o príncipe encantado possa aparecer é preciso que eu me torne uma princesa antes.

Coração tranquilo...

O coração da gente às vezes precisa de folga.
Precisa de um tempo para si mesmo, só para ver como é que é estar vazio um pouco.
Às vezes é bom deixar ele quieto, só ali, bombeando o sangue para o resto do corpo e mais nada...
Sem fortes emoções, sem bater acelerado quando se escuta determinada música ou determinada voz...
Sem se sentir derreter quando se recebe um abraço de um certo alguém...
Coração também precisa de férias, de descanso dessas emoções que deixam ele arrebatado, apertado, sem ar! Precisa dormir um pouco em paz, sem se desesperar quando um sonho é grande demais pra segurar!
Ele precisa respirar aliviado, para ganhar força para o próximo amor, ou para o próximo grande momento...
É bom deixar-lo tranquilo, sem se estressar, sem se magoar ou se perder no som de outro coração, que às vezes nem está no mesmo ritmo que ele...

Se vc pudesse ser outra pessoa, quem vc seria?

Eu me lembro que quando eu estava na 6ª série, a moda era responder àqueles cadernos de perguntas que quase todas as meninas faziam, só para descobrir um pouco mais da vida alheia... Lembro que dentre as várias perguntas sobre cor ou time favorito e se gostava ou não de alguém, costumava ter a pergunta:
"Se você pudesse ser outra pessoa, quem seria?".
Lembro que eu sempre respondia que não gostaria de ser ninguém além de mim mesma. Mas lembro também que respondia dessa maneira, mais por parecer a resposta certa a se dar, do que por realmente não querer ser nada além de mim. Não que houvesse alguém que eu admirasse ao ponto de querer ser aquela pessoa, mas ao mesmo tempo não me sentia plenamente segura quanto ao fato de querer ser somente eu. Na realidade minha auto-estima naquela época não era das melhores, logo era normal ter dúvidas quanto a isso.
Hoje percebo que se tivesse que responder a essa pergunta, seja em um caderno de adolescente, ou a qualquer pessoa, responderia que não gostaria de ser ninguém além de mim mesma, sem pensar duas vezes. Faz tempo que não me sentia assim, satisfeita em ser somente eu. Com meus vários defeitos, minhas não tão várias qualidades, meus gostos, minha voz, meu rosto, meu corpo, meu tempo, meu tudo... Parece que de alguma forma que não sei dizer como, tudo está em harmonia. Meu eu entrou num equilíbrio nunca antes sentido. E isso é muito bom. É bom se sentir em paz consigo mesma, pelo menos de vez em quando...

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

SISTEMA ROOTS

Depois de uns dias numa tribo indigena no Panamá, cheguei a conclusão que a tal da civilização é coisa inventada e desnecessária...
Em Kuna Yala é assim,
Água quente, só se for de sol,
Televisão virou montanha, céu, estrela e mar,
Só as coisas que dão gosto de ver.
Noticia vem de barco, pra avisar de festa,
Música? Só o barulhinho bom do mar,
Buzina é de cigarra,
Trânsito? Só de mosquito,
Carro? Nem me lembro mais o que é isso.
Ah, e trilha, muita trilha, pra encontrar novas tribos.
Foi assim...
Cinco dias que mostraram como os valores são trocados na chamada "civilização".

Vou ou não vou?

Eu vou, porque quero...
Mesmo morrendo de vontade de ficar.
Eu vou, porque se eu não for
vou me arrepender de não ter ido!
Mas indo, também me arrependerei
de não ter ficado...
Ai que difícil!
E agora como é que fica? Eu vou?
Vou pensar melhor no caso...

sábado, 21 de agosto de 2010

Estou aqui a passeio.

Percebi que muito daquilo que faço não condiz com meus próprios sentimentos, desejos e a minha própria vida. Não sou eu. É alguém que se apossa de mim e diz: “é preciso estudar, é preciso trabalhar, ser alguém na vida. É preciso casar, ter filhos e viver a vida, ficar velhinha ao lado do grande amor”.
Rótulos. São apenas rótulos que nos foram impostos e, sem discordar de nada, eu e você começamos obedecer às ordens, a seguir as regras. Como se a minha felicidade dependesse exatamente deste ciclo. É claro que eu não posso nascer um Benjamin Button, embora muitas vezes eu tenha desejado isso. Mas não acredito que precisamos concordar com esse ciclo vicioso que torna as pessoas cada vez mais parecidas, comuns e vazias.
Embora confesse estar vivendo neste mundinho, afirmo com todas as letras não querer fazer parte dele. Não que eu tenha me arrependido de tudo que já fiz e da pessoa que me tornei, mas vejo o mundo por outro ângulo. Vejo cores onde todo mundo vê apenas o preto. Sinto que tudo isso é pequeno demais pra mim. Eu não faço parte disso. Estou aqui a passeio, como dizem. Mas o meu passeio é mais bonito. Nele, eu encontro sabedoria nas palavras, encontro amor num abraço, encontro a vida passageira e laços que não se destroem, mesmo com a partida.
Se estou aqui neste momento é para conhecer e descobrir. E tenho certeza de que será válido algum dia. Mas acredito sim num mundo maior que este. Onde toda a minha vida será escrita com lápis de cor. Hoje eu quero viajar. Na minha cabeça, na minha alma, no Brasil e no mundo. Quero aproveitar cada pedacinho. Quero voar bem alto, sem me preocupar com os pés no chão.
Pronto falei é só isso o que eu quero.

Carta para o meu amigo Varela.

Mais de cinco anos se passaram e a saudade não diminuiu nem uma gota. Apesar de te contar conversar com você em silêncio o tempo todo, precisava te escrever e contar em detalhes como anda o mundo aqui em baixo. A galera continua a mesma, é difícil descrever como as coisas mudaram...
Agora a Fabi tem um filhinho, ele chama João Vitor e já tá com 6 meses... A Paulete perdeu o pai, e agora ela mora em Ouro Preto... tá todo mundo na faculdade, e eu e Brunão estamos na mesma sala...
Sabe que eu sempre fico pensando em você, como que você ia estar se você ainda tivesse aqui... imagino que você ia estar fazendo arquitetura e viajando por este mundo sabia?
Depois que você se foi as cores já não são as mesmas, as vezes eu fico lembrando de você, da gente, escuto sua risada, sinto seu perfume gostoso e me pego chorando depois... mas é uma saudade boa, gostosa de sentir, que me faz entrar em contato com você...
Mas o bom é saber que depois de um desabafo cheio de frases, meu coração fica melhor.
Os dias têm sido bem corridos, Lildes. O relógio parece que funciona acelerado, e os meses então, eles passam num piscar de olhos. Já estamos no final de julho e daí para o Natal é um pulo! Hoje mesmo cantei uma música de natal pela casa e a minha mãe me olhou com aquela cara de: “O natal tá longe filha!”
Talvez ela não tenha percebido que o tempo passou. Ou de repente só perceba quando alguma amiga dela nos encontra na rua e comenta sobre “como eu estou grande e bonita”. E modéstia parte estou mesmo viu! Me sinto uma pessoa melhor e mais bonita. Mas você sabe, continuo a mesma. Mudei pouco da foto da carteira de identidade, que fomos juntos tirar, lembra?
Mas bem, falando em cotidiano, a vida está até interessante. Apesar de levar sustos diariamente, estou ganhando experiência nessa tal vida jurídica que escolhi. Esse aprendizado serviu para que eu controlasse melhor meus sentimentos. Me tornei mais paciente, consigo respirar e contar até dez. Ainda não levo a vida muito a sério e acho difícil mudar. Hoje, estou mais aprendendo do que ensinando alguma coisa. Até porque, resolvi parar de dar conselhos. Não dou e pouco peço. Tenho tratado a vida amorosa com meu simples coração. Já me machuquei tanto... que resolvi dar um tempo aos amores impossíveis e as paixões avassaladoras. Estamos respirando (o coração e eu). Enquanto isso estou com a cabeça cheia de planos. Fico aqui, lendo uns livros, assistindo filmes e ouvindo diariamente as mesmas músicas. Em outubro vou a um festival em Itu que é a sua cara, tenho certeza que você ia amar. Não há nada que mais me lembre você do que aquela música "So many times...". Ela é bonita e é bem divertida mesmo, a sua cara! Essa música ta no meu Ipod, e sempre que eu a ouço eu sinto que ela me acalma e deve ser exatamente por isso, por me deixar mais próxima de você.
Eu descobri um gosto enorme pela música. Não consigo passar um dia sem ouvir qualquer coisa que seja. Hoje ela é parte da minha vida, como um dia foi da sua.
E bem, tenho ainda muitas coisas pra contar! Quero falar do último amor que não deu certo, do meu coração ferido e das crises emocionais. A insegurança bate constantemente a porta. Mas mesmo com tudo isso, muita coisa boa tem acontecido.
Sinto que você se foi apenas de corpo presente, porque alguém que amamos de verdade jamais se apaga da nossa vida. Não morre nunca.
Não sei por que, mas há cinco anos atrás, naquele trágico dia, naquele momento em que recebi a notícia até o final do dia, pensei demais sobre vida, morte e pessoas. Me lembro que no seu velório tinha muita gente que eu não sabia que você conhecia, e ai eu pensei: Como essa cidade é pequena. E Não. A vida é quem é pequena.
E lembro que conversando com a minha mãe ela disse; “Essa vida não vale nada filha. Um dia a gente ta aqui e no outro não”. A tão filosófica frase me fez perceber o quanto somos pequenos diante desse universo imenso. Pequenos de matéria. Grandes de sentimento.
Só entende a dor da perda quem realmente já viveu ela. E eu entendo isso a todo momento que eu penso em você. Ao mesmo tempo em que me assustei vendo você ali, eu tentei entender o motivo daquela decisão, eu tentei imaginar o que você devia estar passando.
E a saudade, mesmo que suavemente, ela vem todos os dias. A diferença é que aprendemos a lidar com a saudade e descobrimos forças de onde jamais imaginávamos. A vida é assim, vive pregando peça na gente. Talvez seja por isso que eu tenha tanto medo da morte, da solidão, do silêncio. E é por isso também que eu celebro a vida, todo santo dia!
E mesmo estando só de passagem, ainda tenho muito o que aprender.
Tenho acordado mais calma e sinto como se a cada manhã o sol me chamasse para a vida! Sinto como se você estivesse aqui, me dizendo: Vai Teacher!
E eu vou! Vou para o mundo de cabeça erguida e olhos bem abertos!
Obrigada por tudo!
Aonde quer que seja, estamos juntos, sempre meu amigo!

domingo, 8 de agosto de 2010

Santo remédio.

Para os males do coração,
a distância é como o Mertiolate no machucado;
no começo, dói e arde
e dá vontade de espernear.
Depois, a dor vai passando,
e a gente acostuma
e entende que é para sarar.