Ela gostava do equilíbrio, mas não podia evitar que os sentimentos ganhassem vida própria e saissem por aí, escorrendo pelos olhos.
Tinha um pouquinho de ingenuidade, mas não chegava a ser assim, boba. Muito pelo contrário.
Tinha um pouquinho de ingenuidade, mas não chegava a ser assim, boba. Muito pelo contrário.
Ela falava muitas vezes pras paredes, conversas imaginárias, principalmente aquelas que nunca
conseguiria falar para os
destinatários verdadeiros.
destinatários verdadeiros.
E de vez em quando se apegava às coisas insignificantes, como se significassem algo, mas reconhecia a dificuldade em esquecer.
Bobagem...
Bobagem...
Mas ai teve um dia que
ela acordou, olhou pra janela e viu um ano inteiro que
tinha se passado quase que sem ela perceber.
Um ano inteiro na tentativa de recuperar algo que nem chegou a existir.
Um ano inteiro na tentativa de recuperar algo que nem chegou a existir.
Se aproximou da janela
e só conseguia ver coisas novas com seus olhos velhos.
E meio que duvidando daquilo que via, se aproximou da janela novamente, e viu aquelas coisas velhas com novos olhos.
E meio que duvidando daquilo que via, se aproximou da janela novamente, e viu aquelas coisas velhas com novos olhos.
Foi quando ela aproximou os olhos do mundo e viu de perto a sua
insignificância.
É a vida, que às vezes nos
convoca à enxergar com novos olhos.
E, por alguma razão, ela estava ali, diante da janela, sendo convocada a enxergar.
E, por alguma razão, ela estava ali, diante da janela, sendo convocada a enxergar.
E a partir de agora, ela iria ver, um outro mundo através daquela
janela.
Os olhos atentos,
e os pés fincados na realidade.