terça-feira, 29 de novembro de 2011

Dia frio hoje,  uns 15 graus. 
Falta quase um mês pro que tanto espero ou desespero.
Das janelas do carro vejo ônibus, outros carros, e os ruídos de um interior que teima em ser cidade. 
E não é que já é?
Tá quase na hora de ser gente grande. 
E seguir nesse caminho não vai ser tão fácil. 
Invento silêncios, movimento puro. 
Sinto tanto medo que suponho já ter virado coragem.  
Medo daquele medo antigo que nem sei se existe mais.
O ano vai acabar como começou, intenso. 
Na divisão exata entre amor e dor. 
Na experiência não narrável do encontro. 
Sigo Belíssimo horizonte...
Tem começo um novo instante, 
quando o corpo já não é mais corpo, 
as palavras já não são as palavras, 
e o que sou já é outra coisa.
E é isso que assusta tanto 
apesar de toda a minha coragem.
Sinto demais, 
demonstro de menos, 
vivo acelerada 
mas só queria em pausas o que não tem como parar...
Quem sabe ela tenha decidido fugir e recomeçar. 
Quem sabe ele nem tenha se importado tanto e tenha continuado com esperanças de que pudesse dar certo.
O fato é que nenhum dos dois se importou com a volta, 
e a verdade é que nenhum se apaixonou de verdade e nem de mentira.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Outro dia estava reparando nas pessoas que escrevem bem. 
Pessoas que escrevem bem normalmente passaram por algum tipo de experiência marcante. 
Experiências capazes de mudar a própria vida e que pode, também, mudar a do outro.
Ou então são pessoas que lêem muito.
Pessoas que lêem são perigosas.
E o perigo está muitas vezes na desconstrução dos limites.
Quando a imaginação se torna um ideal mais palpável do que uma ideologia qualquer
Essas pessoas vivem tudo o que há pra viver.
Mas quando não conseguem atingir tamanha intensidade
Simplesmente imaginam uma história.
É a história da vida.
Então basta escrever 
Para continuar vivendo e
Mais do que isso
Compartilhar um pedaço de suas vidas com aqueles que têm sede de mundo.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Sobre a espera no outro.

As vezes eu penso que a gente só tem a gente. 
E qualquer outra idéia não é nada mais do que a espera no outro.
Que o outro fale, que o outro perceba, que o outro entenda. 
Mas o outro não entende. 
Não entende porque não é a gente. 
Ele acha que entende, mas na verdade ele não consegue ver porque os olhos são outros.
E o íntimo, o espírito, o pensamento, o sexto sentido falam todos de uma só vez. 
E a gente cisma em ensurdecer por dentro e ouvir um outro qualquer. 
O alheio parece mais sábio.
Ele fala mais alto.
Por que é que ele sempre tem razão ein?   
Qualquer boa vontade alheia é lucro, caridade, compaixão, gentileza, consideração... 
Com um pouco de sorte, amizade; 
mais sorte ainda , é amor. 
Mas tudo isso não é da gente, é de quem o tem. 
Porque a gente sabe, no fundo, bem lá no fundo, que na verdade não tem ninguém.

Penso pelos meus olhos de criança.

Tenho crianças ao meu redor e amo muito estar com elas.
Aprendo muito com elas, porque elas me dizem muito do que sinto.
Na verdade eu me passo por uma delas só pra estar sempre por perto.
Elas me contam como veem o mundo...
E eu tento entender 
Mas se bem que nem precisa.
Elas não precisam.
E hoje eu preciso tanto, mas tanto delas...
Elas estão por toda parte.
Será como é ver por esses olhos que já sabem tudo?
Onde foi que eu deixei essa parte que era minha e eu perdi?
Se bem que perder o que se teve é reconhecer que sabemos onde guardamos as lembranças,
Todos os porquês dessa magia.

Nem sei porque estou falando isso,
Eu queria falar de coisas que vivi hoje.
Mas ai resolvi escrever sobre o que realmente sempre me tocou.
Vejo que ainda penso pelos meus olhos de criança.
E sei que um dia quando ver meus filhos,
Aí sim, vou aprender com eles todos os dias e vou dizer:
 
- Meu filho, me conta tudo o que eu sempre quis saber...

Todo mundo sabe demais e eu só sei tanto quanto.

Não como eu era antes.
Nunca o meu passado.
Não faz mais diferença...
Permaneço atenta e até desconfortável.
Mas por onde passo deixo a porta aberta.
E ainda assim permaneço assim
atenta e até desconfortável.
 
Será que alguém poderia me dizer como e o que devo fazer pra me proteger do acaso?

Eu não queria mais,
Mas ainda quero.
Eu poderia
E posso.
Mas não tenho
E posso.

Eu não quero, 
E posso.
Posso?
 
Vou, mas não quero.

Eu não penso.
Penso?

Sorriso.
Sorriso?

Guardo na voz o meu silêncio.
Quero  contar histórias pros netos e morrer bem velhinha.
Quero?

Ainda permaneço atenta e desconfortável.
E chego a ficar em pânico.
E minto,
Minto?
Alguem disse: Fugir.
Mas não fujo.
Finjo.

Peço ajuda
Novamente.

Todo mundo sabe demais
E eu só sei tanto quanto.

E fico assim:
Permaneço atenta e desconfortável.
 
Agora ouço um jazz bonito. 
Será porquê ainda penso nisso?
Deve ser porque não consigo pensar e mais nada.  

Não há vida inteligente em um trago de cigarro.
Mas talvez ele seja é o único que me entenda.
Entende?
 
Ando por ai...
Mas ninguém nota.
Qual será a nota de 0 a 10?
 
Vivo sem saber porquê penso.
Melhor ir embora
Vamos embora.

Viver pode ser como um dia claro sem nuvens

Havia algo além das entrelinhas...
Havia algo além de mensagens subliminares...
Havia algo de magia...
Havia algo além de quase tudo.
Além do sono e da vontade de amanhecer adormecido do sonho da noite anterior...
Do dia anterior...
Da vida anterior

Viver pode ser como um dia claro sem nuvens...

Eu já sei onde procurar meu passo sincero no tempo.
 
Havia o mundo além do sono
e do sonho.