terça-feira, 25 de setembro de 2012

Ela gostava do equilíbrio, mas não podia evitar que os sentimentos ganhassem vida própria e saissem por aí, escorrendo pelos olhos.

Tinha um pouquinho de ingenuidade, mas não chegava a ser assim, boba. Muito pelo contrário.

Ela falava muitas vezes pras paredes, conversas imaginárias, principalmente aquelas que nunca conseguiria falar para os 
destinatários verdadeiros.
E de vez em quando se apegava às coisas insignificantes, como se significassem algo, mas reconhecia a dificuldade em esquecer. 

Bobagem...

Mas ai teve um dia que ela acordou, olhou pra janela e viu um ano inteiro que tinha se passado quase que sem ela perceber. 

Um ano inteiro na tentativa de recuperar algo que nem chegou a existir. 

Se aproximou da janela e só conseguia ver coisas novas com seus olhos velhos.

E meio que duvidando daquilo que via, se aproximou da janela novamente,   e viu aquelas coisas velhas com novos olhos.

Foi quando ela aproximou os olhos do mundo e viu de perto a sua insignificância.

É a vida, que às vezes nos convoca à enxergar com novos olhos. 

E, por alguma razão, ela estava ali, diante da janela, sendo convocada a enxergar.

E a partir de agora, ela iria ver, um outro mundo através daquela janela.

Os olhos atentos, e os pés fincados na realidade.

Nenhum comentário: