sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O vazio não é vazio, ele é muito mais cheio do que sonha a nossa vã filosofia.

Acho que no vazio há algo especial.
Um tipo raro de beleza,  a beleza fora de padrão.
Nada a ver com nada...
Uma beleza atípica, que não tem forma, nem cheiro, e nem o óbvio apêlo do bonito...
Só quem já experimentou o vazio, bem lá no fundo, descobre que de fato, o vazio não existe de verdade. 
Ele é uma nova porta.
Ele é o 'a partir de'...
Navegando pelos seus domínios, é estranho como a gente percebe que os sentidos de nada servem, não há frio, nem calor. 
É metafísica.
É viagem.
É toda e nenhuma idéia ocupando o mesmo lugar no espaço.
No vazio há dor.
Dor de dentro e que ao mesmo tempo não dói.
Há contradição.
Há presença e também a ausência do imediato.
O que existe é a possibilidade de qualquer coisa.
O vazio é o lugar onde a nossa alma descansa.
É o espaço de cura, de cuidados invisíveis, é o 'se encontrar'.
O vazio faz voar, ele nos leva nas nossas melhores lembranças sem que a gente precise tocá-las.
O vazio é amigo do olhar.
O vazio permite quase tudo.
O vazio fala baixinho e faz do silêncio a palavra mais sincera do mundo.
O vazio é a voz divina que nos lembra que 'somos o Tempo que nos resta'.
O vazio é na verdade o aconchego.

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