terça-feira, 6 de julho de 2010

Objetos cotidianos

Hoje no escritório, chegou mais um casal querendo se separar... um casal que morava no mesmo prédio que eu.
Achei estranho porque ao contrário dos casais normais, eles não estavam brigando, estavam bem tranquilos, já tinham decidido sobre como seria a divisão dos bens, e teve uma hora que ela fez até uma piadinha e ele ficou rachando...
Ele perguntou como que ela estava, e ela, toda alegre contou que estava namorando um ex colega de escola, e perguntou se ele ainda estava com a fulana de tal e que assim que ela organizasse a casa nova, marcaria um jantar para eles quatro...
Fiquei pensando como seria bom se todas as separações fossem assim... Sem drama!
Ai ele comentou que tinha levado o abajur pequeno, já que ela tinha ficado com umas tacinhas que a mãe dele tinha dado de presente. E comentou que tinha pegado as velhas toalhas beges que ela nem gostava mesmo!
Ela riu e falou que não tinha problema algum, que ela tinha pegado a cafeteira e o aparelho de chá, porque ele nunca foi muito chegado em café...
E ele disse que pegou uns livros que não tinha lido ainda e uns CD’s, já que ela ficou com o aparelho de som...
E eles ficaram conversando sobre os objetos que cada um tinha pegado pra sí, relembrando um tanto de coisas, do dia em que foram comprar a cafeteira e ficaram perdidos no estacionamento do shopping... dando risadas como velhos e bons amigos...
Ai ontem passei no apartamento dele, no segundo andar aqui do prédio, pra levar um documento que faltava para o divórcio, e lá estava um abajur sem lâmpada jogado num canto, as toalhas beges penduradas no varal... e os CD’s, sem o aparelho de som, ocupavam espaço na estante empoeirada.
E hoje, quando voltei pra buscar o documento assinado, a casa estava toda arrumada, a estante estava com um aparelho de som e alguns outros objetos. Achei estranho a rápida mudança... e então quando eu tava saíndo, ele me apresentou a fulana de tal e falou dando risadas, que eles estavam vivendo um amor eterno, até quando chegar o momento de dividirem seus objetos cotidianos.

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