Me lembro de ter lido um texto de Drummond uma vez, que falava que o vazio não significava nem falta e nem ausência, mas simplesmente "estar em sí".
E me lembrei da minha vó falando que "cabeça vazia é oficina do diabo".
Mas acho que a casa do diabo é aquele vazio que ocupa todo o espaço que a gente dá e ainda nos toma um restinho do que sobrou, o que a gente se nem daria se pudesse.
É o vácuo que responde pelo nome que chamarmos e que se alimenta basicamente do que a gente pensa que é bom, abstraindo o fato da vida real quase nunca ser tão boa quanto a imaginação.
E as vezes estar junto pode ser "diabolicamente" uma forma de solidão.
Porque se esconder de si mesmo no outro não é um bom esconderijo!
Eu costumava dizer sem um pingo de vergonha que tive sorte por encontrar bons refúgios: pessoas que me ajudavam a esquecer de que eu estava me escondendo...
Agora entendo melhor o que se passa, perto de mim e sempre tão longe de tudo...
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