domingo, 28 de novembro de 2010

Quando eu crescer vou ser "astronômica".

Desde criança que os astros me encantam.
Eu pirei quando fui ao planetário de Buenos Aires e dizia que queria ser “astronômica” quando crescesse. Mas ai quando eu soube que a astronomia exigia um profundo conhecimento matemático, logo desapeguei da idéia.
Meu pai me ensinou a localizar várias constelações no céu e tinha umas estrelinhas brilhantes no teto do meu quarto imitando os conjuntos de astros. Ir ao meu quarto era passagem obrigatória das visitas que iam lá em casa. Muito desse conhecimento se perdeu e hoje eu encontro no céu apenas as constelações mais básicas, e consigo diferenciar os planetas das estrelas (pelo brilho mais intenso e contínuo).
Eu me lembro de quando eu me deitava na grama da casa da minha vó e ficava esperando a hora em que as estrelas “nascem” no céu. Logo depois do pôr-do-sol, e ficava olhando para cima, atenta, à espera dos pontos brilhantes.
Outro dia, descobri que é possível ver a olho nu satélites artificiais, aqueles aparelhos indiscretos que tiram fotos lá de cima, mandam informações e vigiam a Terra o tempo todo. Os satélites têm brilho parecido com o dos planetas, e se movem lentamente em “linha reta”, seguindo uma órbita.
Ai outro dia num lugar que parece ter saído de um sonho, participei de uma aula de Yoga ao ar livre, no fim da tarde. Deitada de barriga para cima, alongando as pernas para o alto, lembrei daqueles momentos em que não fazia nada, apenas observava.
A professora falava pausadamente, e dava as instruções: “Respire profundamente. Agora imagine uma luz branca saindo do topo da sua cabeça".
Tudo parecia tão surreal e tão bom, que era difícil acreditar que estivesse realmente acontecendo.
Eu me esticava pra frente, pra os lados, pra trás, ficava de ponta-cabeça, sempre atenta às novidades no céu. Me divertia viajando sozinha: “As Três Marias estão logo ali ao lado do meu pé esquerdo”, “minha mão está apontada para Vênus”, “aquela estrelinha andando no céu é um satélite”, “cadê o Cruzeiro do Sul?”...

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